segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Normas, conformismo social e obediência


Para melhor compreendermos os temas a seguir abordados é fundamental consciencializarmo-nos que a sociedade é regida por normas às quais temos que nos adaptar e que variam segundo alguns factores, como por exemplo, localização geográfica, cultura, estereótipos, faixa etária, ect. Viver em sociedade e sobre as normas que dela advêm, suscita alguns dilemas morais, que são aquelas situações em que, qualquer que seja o modo de proceder, aparentemente implica violar uma norma moral e agir, portanto, contra a virtude (contra o bem moral). Lawrence Kohlberg é o nome mais importante no âmbito do desenvolvimento moral e o seu maior contributo foi, sem dúvida, a sua teoria sobre os estádios do desenvolvimento moral. Classificou esses estádios da seguinte forma:

· Estádio 1 - Orientação pela obediência e punição;

· Estádio 2 - Estádio da individualidade;

· Estádio 3 - Conformidade aos estereótipos sociais;

· Estádio 4 - Orientação para a manutenção da ordem e da autoridade;

· Estádio 5 - O dever é definido em termos de contrato;

· Estádio 6 - Orientação pelos princípios éticos.

Estes princípios são eternos e universais, no sentido de que são um produto do desenvolvimento da natureza humana. Estão, por isso, presentes em todas as sociedades e em todas as culturas. Concluímos este tema com um dos dilemas mais conhecidos do autor, designado Dilema de Heinz, que reforça os ideias defendidos por Lawrence Kohlberg.

“Uma mulher estava a morrer de cancro. Havia um medicamento recente que podia salvar-lhe a vida. A manipulação desse medicamento era cara e o farmacêutico pedia dez vezes do valor do mesmo. Henrique (Heinz), o marido da mulher que estava a morrer, foi ter com as pessoas suas conhecidas para lhe emprestarem o dinheiro pedido pelo farmacêutico. Foi ter, então com ele, contou-lhe que a sua mulher estava a morrer e pediu-lhe para o deixar levar o medicamento mais barato ou pagar mais tarde. O farmacêutico recusou e Heinz, desesperado, pensou em assaltar a farmácia e em roubar o medicamento.”

Deve Heinz assaltar a farmácia para roubar o medicamento para salvar a sua mulher? E deveria Heinz assaltar a farmácia para roubar o medicamento para salvar a vida de um desconhecido?

Asch - Processos de Influência Social – O Conformismo

Para aprofundar o estudo relativo aos processos de influência social, vamos analisar o estudo do conformismo, baseados nas experiências de Asch, cujo paradigma refere que as pessoas gostam de confirmar os seus juízos e percepções com as dos outros. Assim, recorre a um estímulo semi-estruturado uma vez que face a situações pouco estruturadas recorremos às opiniões dos outros. Para perceber de maneira mais coerente o que é um estímulo semi-estruturado, impõe-se a descrição da condição experimental, em que Asch concluiu que a dependência normativa refere-se aos riscos de perda de aceitação ou mesmo de exclusão do grupo quando o sujeito não segue as normas do grupo. Por outro lado, verificaram que o conformismo aumenta quando é induzida a ideia de pertença ao grupo, tendo como base a competição com outros grupos.

Milgram - Obediência

Stanley Milgram (1933 - 1984) foi um psicólogo norte-americano que conduziu a experiência sobre a obediência à autoridade. Esta experiência tinha como objectivo o estudo das reacções individuais face a indicações concretas de outros. A obediência era medida através das acções manifestas e implicava comportamentos que implicava sofrimento para outros. Mesmo vendo o sofrimento, a maior parte dos voluntários que participavam na experiência continuavam a obedecer às ordens e a infligir choques cada vez maiores. A intensidade máxima, 450 v, significaria hipoteticamente matar a outra pessoa, sendo que 65% das pessoas obedeceram às ordens até o fim e deram o choque pretensamente fatal. Concluindo, podemos afirmar que, nestes casos, os indivíduos vão contra os valores éticos em prol da autoridade e obediência.

Contextualizando no âmbito do Desporto, identificamos as pressões do grupo em exemplos como as claques e em determinadas situações em que os clubes exercem pressões sobre os atletas lesionados para uma recuperação rápida e ilícita em prejuízo da saúde do mesmo. No caso das claques, o grupo influencia o indivíduo para situações de violência com as quais, muitas vezes, o indivíduo não se identifica.


Trabalho realizado por: Bruno Pedro, Carlos Martins, Mauro Jerónimo, Ricardo Costa e Tiago Costa

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