quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Optimização da Relação Interpessoal em Treino Desportivo
Clima
Todo o comportamento verbal e não-verbal que cria a atmosfera em que a relação têm lugar.
Pode ser Hostil ou Amigável.
Competitivo ou Colaborativo.

Comportamentos associados às relações colaborativas e amigáveis
Comunicação efectiva– as ideias são verbalizadas com facilidade e os membros do grupo estão atentos aos outros, aceitam as ideias dos outros e são influenciados por eles.
Interacções Amigáveis, Prestáveis e Menor Obstrução- membros mais satisfeitos com o grupo e com as soluções que emergem; procura-se ganhar o respeito dos colegas e sentem obrigações em relação aos colegas.
O "clima" é decisivo
Na satisfação pessoal de treinadores e praticantes.
Na manutenção da disciplina.
Na manutenção do empenhamento nas tarefas.
No crescimento individual e de grupo no domínio sócio-afectivo.

O clima positivo é decisivo
No desenvolvimento de atitudes, valores, sentimentos.
Na criação de um ambiente humano de relação.
Na optimização de diversos critérios didácticos de eficácia.
Na gestão de conflitos.
Critérios didácticos optimizados
Tempo potencial de aprendizagem.
Comportamentos fora da tarefa e de indisciplina.
Maior atenção e interesse (maior motivação).
Maior empenhamento.

Os ganhos de aprendizagem dependem:
1. Do nível inicial na competência em causa.
2. Do nível de afectividade inicial.
3. Da qualidade do treino.
Estudos do tipo processo-produto sublinham a importância do entusiasmo.
Dominio Afectivo
Conjunto de comportamentos associados a estados emocionais que expressam valores, interesses...O desenvolvimento de atitudes positivas implica um conjunto de sentimentos positivos acerca de algo (Bloom, 1979). Desenvolvimento de atitudes positivas no Treino Experiência positiva da prática (Piéron, 1988).

Responsabilidades dos treinadores
Criar balanços subjectivos positivos nos praticantes acerca da prática.
Optimizar as relações no treino. ---------------Clima Relacional

Clima
Optimização da relação treinador-praticante.
Optimização da relação praticante-praticante.
Optimização da relação praticante-modalidade.

A optimização da relação depende:
De um conjunto de variáveis em interacção.
Da percepção que os praticantes possuem da qualidade da relação.
Comportamentos do treinador mais valorizados: ser educado, ser paciente com os praticantes mais fracos, fomentar um espírito de amizade e interajuda, mostrar imparcialidade, ser justo nas avaliações, acompanhar o trabalho e encorajar.
Desvalorizam
Zangar-se com frequência.
Ser autoritário e agressivo.

Indicadores de Bom Clima
FeedBacks positivos frequentes.
Elogiar (reforçar positivamente) comportamentos apropriados.
Especificidade das desaprovações.
Ser encorajador.
Dinamismo do treinador:
–Início e transições rápidas.
–Boa organização do treino.
–Tomar parte nas actividades e mostrar gosto por elas.
–Ritmo vivo das sessões.
–Elevações de voz.
Indicadores de Clima Positivo
Comunicação não-verbal (c. gestual)
Sorrir, rir e gracejar frequentemente.
Contactos físicos (palmadinha nas costas, mão no ombro, cumprimentos iniciais...).
Proximidade dos atletas.
Tratar os praticantes pelo nome próprio.
Interagir com todos.
Não mostrar favoritismos.
Estratégias de Optimização do Clima
Estabelecer uma relação personalizada.
Mostrar interesse pelos praticantes, pelos seus problemas, pela pessoa do praticante.
Contactos sobre assuntos extra-treino.
Promover uma relação sem discriminação (sexo, raça, religião, entre melhores e piores, etc.)Promover a igualdade sem uniformidade nem rigidez.
Respeitar as diferenças.
Mostrar disponibilidade para ouvir e conversar.
Prestar atenção ao que dizem.
Responda honestamente às perguntas sem "esmagar" o interlocutor.
Ser encorajador, afectivo (sobretudo com praticantes com dificuldades ou NSE baixo).
Controlar as suas emoções:
-Evitar o "warmingupeffect"
-Utilizar "mensagens do eu"
-Estabelecer regras claras, justas e razoáveis com que estejam de acordo.
-Cumprir as promessas.
-Ser consistente, coerente.

Mostrar-se entusiasta–Relativamente à matéria–ao acto de ensinar–ao praticante
Transmitir a ideia de possuir expectativas elevadas de sucesso para todos.
Transmitir a ideia de que se interessa pelos seus problemas.
Evitar a actividade física como castigo.

Evitar ridicularizar os praticantes por sentimentos, medo ou ansiedade.
Evitar envergonhar, depreciar, ironizar.
Evitar denegrir em público.
Evitar situações de humilhação e fracasso sistemático.
Evitar ameaças, autoritarismo, reprovações sistemáticas.
Evitar ser visto como um juiz permanente da sua actividade.
Evite gritar.
Quando tiver alguma coisa a dizer ao conjunto reuna o grupo.
Transmitir mensagens:
Eu valorizo-te como pessoa
Sou capaz de ensinar e vocês são capazes de aprender e de evoluir.
Não deixar pensar que é impossível melhorar, que é difícil e só para super-dotados.
Eles devem sentir "Ele é um bom treinador".
Devem confiar no treinador.
Devem sentir que o treinador acredita na sua capacidade de aprendizagem e trata todos de igual maneira.

 
Credibilidade do Treinador
Seja honesto consigo próprio e com os atletas.
Não tente dar a impressão de sabe mais do que de facto sabe.
Certifique-se de que o compreendem.
Seja igual a si próprio e não procure imitar alguém que desejaria ser.
Seja positivo.
Poucas pessoas respondem bem a comentários negativos.
Não desmoralize os seus desportistas apontando-lhes a sua ignorância ou falta de destreza.

Credibilidade
Mostre entusiasmo pela sua modalidade e pelos seus atletas.
Seja justo, leal e coerente em todos os assuntos e ocasiões.
Não mostre favoritismo.
Seja digno de confiança.
Seja acolhedor e revele uma preocupação verdadeira pelo bem-estar dos desportistas.
Praticante-Praticante
Conjunto de praticantes não é o mesmo que grupo de praticantes.
Fomentar: –Interesses comuns.–Valores de solidariedade.–Tolerância à diferença.–Inter-ajuda e cooperação.

Praticantes entre si
Suscitar a simpatia e a amizade.
Organizar grupos heterogéneos, fomentando as interacções diversificadas (todos com todos).
Organizar jogos e actividades cooperativas.
Criar sempre situações de igualdade de oportunidades.
Definir funções específicas para cada praticante.
Utilização dos praticantes no apoio aos mais fracos.
Reforçar objectivos comuns.
Adopção de símbolos comuns.
Encontros extra-treino, convívios entre todos.
Coesão de grupos
Ajudar os membros a identificar objectivos e necessidades pessoais, clarificando como podem ser satisfeitos através do grupo.
Encorajar os membros que mais se destacam a fazer sacrifícios pelo grupo.
Promover o sentido de responsabilidade.
Estabelecer objectivos claros e realistas.
Promover o envolvimento do grupo na selecção dos líderes.
Promover a proximidade entre os indivíduos.
Separar fisicamente a equipa das outras equipas.
Promover identificadores característicos da equipa.
Dar ênfase às tradições da equipa.
Manutenção de canais de comunicação abertos entre treinador e atletas.
Desenvolvimento do orgulho e do sentimento de identidade colectiva.
Reconhecimento da excelência dos atletas que mais contribuem para a concretização dos resultados.
Encontros regulares fora das situações normais de treino para resolver determinados conflitos.
Promoção da auto-confiança.
Evitar a formação de "cliques" sociais que perturbam a coesão da equipa.
Evitar as mudanças excessivas de atletas no seio do grupo.
Permanecer continuamente sensível e a par do que se passa na equipa ao nível das atitudes e sentimentos dos seus meembros.
Esforçar-se por conhecer a vida pessoal de cada atleta fora do âmbito desportivo.
Praticante-Modalidade
Promover o gosto pela prática e o gosto por aprender e treinar.
Assegurar que os praticantes atribuem significado, importância, às actividades propostas.
Assegurar prática motora variada, evitando a monotonia.
Solicitar apreciação dos praticantes.

Gosto pela modalidade
Tornar as actividades desafiantes(tarefas novas e cada vez mais complexas e exigentes sem se tornarem muito difíceis).
Gerir a percepção de risco; garantir segurança física e emocional em ambiente desafiante, de risco estimulante.
Garantir sentimentos de sucesso na prática.
Formular expectativas elevadas e realistas.
Carlos Vieira

Sem comentários: